Sei bem que o meu amor jamais seria o suficiente para salvar você de tudo. Estávamos amaldiçoados desde o começo; sempre soube que você jamais conseguiria domar a fera. E quando você se foi, eles vieram até mim, eles bateram na minha porta, eles tinham certeza que eu sabia de alguma coisa. Eu nunca soube de nada. Você nunca me contou.
Foram meses que esperei pelo teu retorno. E, quando as últimas folhas das árvores caíram, soube que você estaria de volta na cidade em breve. Corri para o fundo do quintal, onde compartilhamos nossos maiores segredos, na esperança de poder observar teu sorriso ao menos mais uma vez.
Esperei por você no ponto cego, onde ninguém jamais poderia saber que estivemos juntos. Perguntei-me se não estaria me arriscando demais, se não estaria me expondo demais — o perigo, de fato, ainda não tinha ido embora.
Sempre soube que você não apareceria. Resolvi esperar mesmo assim, como uma criança espera o retorno dos pais, ou um cachorro abandonado espera o retorno de seus cuidadores. Esperei como se minha vida dependesse disso. Eu sabia que não dependia.
Queria que você ao menos tivesse me dado alguma satisfação. Não tinha como doer mais, tinha? Quando você me disse que não poderia me ver, não tinha como me machucar mais. E eu sabia que era verdade, eu sabia que estávamos lidando com algo muito maior que nós dois. Eu estava lidando com algo muito maior que eu.
A verdade é que, no fundo, eu te perdoo por tudo. E eu não me arrependo nem um pouco do tempo que esperei, nem do tanto que acabei me machucando em todo esse processo. Sei bem que você não foi embora por querer, mas porque realmente não tinha como ficar. Sei também que esta não é a primeira, nem a última vez que a história irá se repetir.
Então eu te perdoo. Eu me perdoo. Eu aceito. Eu confio.
Safe from your touch
From your poison thoughts
And your heart breaking power
If I could see the sun
Just one last time
I would be made new
— to: Achlys (Cult Leader)
Maria faz uns textos que eu não tenho o quer dizer sobre porque ao mesmo tempo em que são de uma intimidade e exposição tamanhas, não dizem nada pra que eu possa dar muito pitado. Fica aqui registrada a minha indignação.
ResponderExcluirMas li seu outro texto, do dia 8, e: eu sei bem como é sentir falta das pequenas coisas, até aquelas que nos irritavam antes. Faz parte. E eu infartei com a mariposa capirotônica que invadiu sua casa (já entrou uma maior que essa na minha casa, preta, que na verdade nem sei se era mariposa ou brabuleta, sei que meu pai pegou com uma sacolinha e ela se debatia e balançava dentro da sacola e foi traumático, HAHAHA, ou não)
Fico feliz que tu gostou do post com as memórias de Natal - minha mãe é a louca das fotos e a gente só se habituou a sempre fotografar tudo, porque se não tem fotos dos eventos, ela reclama. Eu já gosto de tirar fotos de tudo que brilha aos meus olhos, então eu tenho foto de passeio, decoração, luzinha de rua, enfim, né.
Espero que esteja tudo bem contigo Maria :) bexíneos!
Hello Maria!!
ResponderExcluirTudo que tenho a dizer é que texto MAGNÍFICO! Eu com certeza leria um livro escrito por você. Sua escrita é envolvente e nos faz sentir o que vc quer transmitir atraves dela.
Sobre seu comentário la no blog, eu tbm gosto dessas tradições de fazer doação.
E sobre os presentinhos, eu sempre prefiro ganhar livros ou dinheiro kkk Pq eu admito que sou uma pessoa chata demais pra essas coisas kkk Eo pior é que eu não sei disfarçar. Hahaha
Enfim, feliz 2021 linda!! Que esse ano a coisas corram bem para todos nós.
Bjinhos!! 😘
Que texto perfeito. Admiro muito pessoas que escrevem assim porque é realmente incrível, espero poder ler mais vezes.
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